Cada vez mais marcas emergentes já refletem sobre estes problemas dentro da indústria. Porém, deve-se considerar que não é possível catalogar nenhuma marca de moda como exemplo devido à falta de transparência dos seus processos e das práticas socioambientais dos seus negócios. Por exemplo, algumas empresas não tornam públicos os seus processos de produção. Pelo contrário, as empresas adotam uma abordagem de silêncio para as metas ambientais. Se alguém perguntar sobre as suas metas climáticas, eles recusam-se a responder. Isso é chamado de silêncio verde. Neste enquadramento, algumas marcas merecem destaque por apresentarem aspetos que podem ser considerados como boas práticas.
De entre algumas dessas marcas, é possível destacar:
• Elementum, uma marca sustentável que defende conceitos de desperdício zero e faz da sustentabilidade uma prioridade
• Stella McCartney está comprometida com a ação climática e metas baseadas na ciência (tais como atingir a meta de emissões zero até 2040)
• A Patagonia que, sob o lema “a crise climática é o nosso negócio”, fabrica produtos com base nos ganhos e perdas ambientais.
Para mais opções, consulte Good on You, um diretório online que classifica marcas de moda com base na sustentabilidade do Planeta, Pessoas e Animais.
Embora existam cada vez mais marcas preocupadas com a cadeia de valor económico do que produzem, é difícil catalogar qualquer marca de moda como exemplo, devido à falta de transparência dos seus processos e práticas comerciais. Neste contexto, algumas marcas merecem ser mencionadas por apresentarem aspetos que podem ser considerados como boas práticas, ainda que algumas não sejam totalmente transparentes:
• A Naz é uma marca portuguesa de moda sustentável com o lema “criar moda democrática para um amanhã consciente”.
• A Harvest & Mill’s é outra marca que fabrica localmente para reduzir a sua pegada de carbono e usa corantes não tóxicos de baixo impacto ou até nenhuns corantes em todos os seus produtos. No entanto, não está claro se ela garante o pagamento de um salário digno na sua cadeia de fornecimento.
• Da mesma forma, e apesar da Econscious usar uma alta proporção de materiais ecologicamente corretos e auditorias nas etapas finais de produção, não há evidências de que ela garanta o pagamento de um salário mínimo na sua cadeia de fornecimento.
Para mais opções, consulte Good on You, um diretório on-line que avalia a sustentabilidade do Planeta, Pessoas e Animais de marcas de moda.
No que diz respeito às boas práticas, os consumidores podem consultar, entre outras fontes, o Índice de Transparência da Moda para se informarem sobre o posicionamento das empresas no que diz respeito à transparência das suas operações.
Campanhas como as da Fashion Revolution, nomeadamente “Quem Fez a Minha Roupa?” ou “Roupas Boas, Pagamento Justo” são boas práticas para sensibilizar e educar os cidadãos, encorajando-os a serem ativos e a pressionar marcas a serem mais transparentes nas suas práticas, com eventual objetivo de as alterar.
Por parte das empresas, é urgente que estas mudem os seus métodos de produção e se certifiquem que as fábricas onde são produzidas as peças de vestuário cumprem as condições de trabalho exigidas, implementando práticas de proteção e utilização sustentável da água, do solo e das matérias-primas.
Um dos maiores exemplos de más práticas foi o desastre no Rana Plaza. Em 2013, esta fábrica de roupas em Bangladesh desabou devido a problemas estruturais. Mais de 1000 pessoas morreram e mais de 2000 ficaram feridas. Este incidente chamou a atenção para as condições de trabalho que estas pessoas tinham de aceitar todos os dias, mas não foram feitas grandes alterações e no dia seguinte os trabalhadores tiveram de regressar ao trabalho.
Outra prática ilícita comum é a apropriação cultural realizada pelas grandes empresas de moda sobre elementos étnicos, folclóricos e tradicionais de outras culturas, utilizando como próprios os elementos destas culturas. Empresas como Zara, Nike, Louis Vuitton, Carolina Herrera, Mango, Rapsodia e outras foram acusadas de usar designs indígenas do México, Porto Rico, Panamá e outros países.
Embora as preocupações ambientais sejam cada vez maiores entre os praticantes, não é possível identificar, com precisão, empresas que respeitem todas as orientações sobre os diversos aspetos que devem ser observados neste domínio. Ainda assim, surgem cada vez mais marcas com preocupações ambientais:
• A Fibershed é uma organização americana sem fins lucrativos que desenvolve sistemas regionais de produção de fibras para posteriormente serem utilizadas na criação de peças de vestuário. Fá-lo através da ligação entre utilizadores finais e produtores, numa lógica de economia local, transparente e circular
• A Regenerative Organic Alliance tem um programa chamado Regenerative Organic Certified, que é uma certificação para alimentos, fibras e ingredientes para produtos de beleza. A certificação passa por um criterioso processo em que são avaliados diversos parâmetros, como a saúde e manutenção do solo, o bem-estar animal, e a equidade e estabilidade social
• A campanha “Cuide do que veste”, da Regeneration International, visa educar e consciencializar os consumidores sobre o porquê e a forma como devem comprar roupas que apoiem a agricultura regenerativa, produção responsável e práticas justas de trabalho