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Consumo responsável de Vestuário

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Consumo responsável de VestuárioSelecione para ler  



Introdução:

O consumo responsável de moda consiste na escolha consciente e informada feita no momento da compra/consumo de uma peça de vestuário ou produto têxtil, considerando não só a necessidade de aquisição da peça, mas também o impacto que teve o seu processo produtivo, o consumo de recursos que terá ao longo da sua vida útil vida e como, no futuro, podemos proceder à sua eliminação, gerando o menor impacto possível. O principal objetivo será sempre perguntarmo-nos a nós próprios, em primeiro lugar, sobre a necessidade real de adquirir aquela determinada peça, e se precisamos comprar uma peça em primeira mão, ou se podemos considerar outras alternativas, como empréstimo, troca ou mesmo compra em segunda mão.
No final da sua vida útil, quando já não é possível continuar a ser utilizado, devemos tentar perceber que outro uso possível teria, como por exemplo reaproveitar o tecido para um projeto de costura, as guarnições (ex., botões) ou até, no limite, transformar a peça em panos de limpeza, por exemplo.

 

Desenvolvimento do tópico:

Devido à ascensão da fast-fashion (termo usado para descrever designs de roupas que saem rapidamente das passarelas para as lojas para aproveitar as tendências) a preços muito baixos, agora é possível comprar e consumir mais roupas do que nunca. Isso implica que os itens são usados apenas algumas vezes e depois descartados. Por outro lado, a slow fashion utiliza processos e materiais ecologicamente corretos, focando-se na qualidade e não na quantidade.
O consumo responsável de vestuário ou têxteis vai ter impacto a nível individual, bem como a outros níveis diversificados. A nível individual, ao fazer uma escolha mais ponderada e informada, o consumidor irá criar uma relação mais pessoal e consciente com as peças a utilizar. Ao optar pela disposição, remendos e personalização das peças, iremos também desenvolver um maior sentido de pertença que tornará mais natural e intuitivo prolongar a vida útil da peça e aumentar a consideração pela mesma no ato da eliminação.
De acordo com outros pontos de vista (e.g. económico, social e cultural, ambiental) a escolha do consumidor por produtos produzidos de forma mais sustentável terá um efeito multiplicador nas pessoas que o rodeiam e na comunidade na qual que está inserido. A escala desse efeito irá obrigar marcas e empresas a reajustar seus processos para ter atenção a essas novas escolhas, impactando naturalmente as condições de produção, consumo de recursos naturais e gestão de resíduos. Um prolongamento do tempo de uso das peças e o seu descarte adequado e tardio reduzirá o desperdício e, consequentemente, o seu impacto no meio ambiente (melhor qualidade do solo, da água e do ar).
Feita a compra/consumo, o objetivo será prolongar ao máximo a vida útil da peça. Para isso, devemos procurar realizar a lavagem e manutenção adequada (conforme as informações que constam no rótulo), privilegiando o reparo e o embelezamento, sempre que necessário e possível. Assim que a peça deixar de fazer sentido, seja por questões de tamanho, utilidade ou mudança de gosto, e se ainda estiver em bom estado, pondere a possibilidade de doação ou troca.
 

Boas práticas:

De acordo com os conceitos supracitados, os exemplos propostos assentam numa abordagem centrada nos serviços e alternativas ao consumo tradicional, em vez de apresentar produtos que, embora criados com um propósito mais consciente, não deixam de ser produzidos de raiz, tendo um impacto maior do que um produto que já existe. Abaixo, apresentamos uma seleção do que acreditamos ser as melhores práticas para alcançar um consumo mais responsável:

•    Eventos de loja de trocas (swap shop events) - eventos públicos onde os participantes trocam as suas roupas não usadas por outras nas mesmas condições. Um bom exemplo disso são os eventos organizados pela Fashion Revolution

•    Vintage for a Cause  que se define como uma marca de economia circular com foco no reaproveitamento de resíduos têxteis por meio do upcycling, ao mesmo tempo que empodera mulheres desempregadas com mais de 50 anos, onde o processo de design começa com a seleção de tecidos mortos (deadstock) resgatados.

•    Béhen, que abraça o artesanato local português

Para mais opções, consulte Good on You, um diretório online que avalia marcas de moda com base na sustentabilidade do Planeta, Pessoas e Animais.

H&M Vamos fechar o ciclo é um programa de coleta de roupas que é considerado o maior do mundo na sua área. Lançado globalmente em 2013, em 2020, o programa já recolheu 18 800 toneladas de roupas e têxteis indesejados, o equivalente a 94 milhões de T-shirts. Este programa funciona tendo por base a ideia de as pessoas levarem os tecidos indesejados para a loja e receberem um voucher para uma próxima compra. As roupas coletadas são revendidas em lojas de segunda mão, ou processadas para criação de roupas de limpeza, de fibras ou de materiais isolantes.

Desafios atuais e futuros:

O crescimento contínuo da indústria têxtil – com o vestuário a representar a maior parte do consumo têxtil da UE (81%) – tem vindo a deixar um rasto de impacto ambiental, social e humano insustentáveis para o planeta.
No futuro, haverá dois desafios principais para esta indústria. A primeira é como é que as marcas e empresas podem informar os seus clientes de forma transparente e clara. Os consumidores serão mais exigentes e as informações sobre onde as roupas são feitas ou que tipo de materiais foram usados vão ser importantes pontos de venda. O outro aspeto é como essas “novas” formas de consumo – troca, segunda mão, upcycle – se tornarão mais difundidas, sem perder as características que as tornam formas mais sustentáveis de adquirir roupas.
Para reverter o excesso de produção e consumo de roupas, é necessária uma transição para um modelo circular mais sustentável. Isto significa começar a pensar na sustentabilidade têxtil desde a fase de design, utilizando recursos seguros e reciclados e estendendo o ciclo de vida dos produtos, criando produtos que possam ser mais utilizados e que estejam prontos para serem reciclados ou reutilizados.

 



O peso da economia no VestuárioSelecione para ler  



Introdução:

O vestuário representa mais de 60% de todos os têxteis utilizados e, nos últimos 15 anos, a sua produção duplicou nas economias maduras.

Empresas e marcas de moda estão a começar a integrar componentes de sustentabilidade ou circularidade nos seus processos de produção, e novos modelos de negócios estão a surgir para enfrentar estes problemas e responder a estas preocupações.
Com base na abordagem de Ellen MacArthur, existem atualmente 4 modelos de negócios que circulam materiais e produtos: aluguer, revenda, reparação e transformação.
O aluguer inclui vários esquemas nos quais a roupa é usada temporariamente por um cliente, devolvendo-a depois para ser usada por outra pessoa. Isso pode ser feito por meio de alugueres de par a par, em grande escala e modelos de subscrição. A revenda inclui a venda par a par online e offline, mercados da parte de terceiros (third-party marketplaces) e revenda de marca própria. A reparação consiste em tornar um produto defeituoso ou estragado a um num estado utilizável, e transformação acontece quando um produto é criado a partir de produtos ou componentes já existentes.

Impactos / Benefícios:

Os quatro modelos de negócios circulares - aluguer, revenda, reparação e transformação - já valem mais de 73 bilhões de dólares e o mercado ainda crescerá mais nos próximos anos. Estima-se que, até 2030, estes modelos sejam responsáveis por 23% do mercado mundial de moda.
Conforme demonstrado, há um interesse crescente nestes novos modelos de negócios circulares, uma vez que há mais informações e maior consciencialização sobre o impacto negativo da indústria de fast fashion. Os consumidores estão mais cientes do impacto das suas escolhas de compra e, consequentemente, mais exigentes com as práticas sustentáveis e éticas, principalmente de grandes empresas. Em geral, um consumidor mais instruído exigirá mais informações e transparência para escolher com sabedoria onde comprar os produtos de que precisa. Isso levará a que as empresas mudem e melhorem as suas práticas de produção para fazer frente aos critérios do mercado. Deste modo, novos e futuros investimentos das marcas de moda terão de ter em consideração estas mudanças, e as empresas que não acompanharem irão sofrer uma queda na perspetiva do consumidor e nos seus rendimentos.

 

Boas práticas:

Há cada vez mais marcas emergentes que já refletem sobre estes problemas na indústria do vestuário. No entanto, deve-se ter em consideração que não é possível catalogar nenhuma marca de moda como exemplo devido à falta de transparência dos seus processos e das práticas socioambientais dos seus negócios. Neste enquadramento, algumas marcas merecem destaque por apresentarem aspetos que podem ser considerados boas práticas:

•    Uma deles é a Vinted, um mercado par a par on-line para venda de roupas em segunda mão, muito popular principalmente entre os jovens

•    Outra é a marca portuguesa Nae, que utiliza materiais sustentáveis para produzir calçado, sem exploração animal

•    A Knickey é uma marca de roupas íntimas de algodão orgânico, que oferece peças básicas para todos; as suas fábricas são certificadas pela Fairtrade Internacional – Organizações de Produtores de Pequena escala, garantindo o pagamento de um salário digno na maior parte da sua cadeia de fornecimento

Para mais opções, consulte Good on You, um diretório online que classifica marcas de moda com base na sustentabilidade do Planeta, Pessoas e Animais.
 

Desafios atuais e futuros:

A implementação de modelos de negócios circulares terá um grande impacto no status quo económico da indústria da moda.

Se a indústria começar a mudar e diminuir o uso de materiais virgens, embora haja um impacto positivo, os pequenos negócios (incluindo agricultores e trabalhadores das fábricas) serão os que sofrerão o maior impacto económico. Portanto, esta transição precisa de ser feita enquanto esses trabalhadores estão a ser treinados e realocados para outras novas funções ou empregos.
As marcas também terão que começar a oferecer diferentes tipos de serviços - com base nos 4 modelos de negócios circulares supracitados - para mostrar aos clientes o seu compromisso para com uma indústria mais sustentável e circular. Isto também facilitará que os clientes mudem os seus hábitos e comportamentos de consumo.
Posto isto, da perspetiva do consumidor, os desafios mais relevantes estão relacionados com os altos preços das roupas sustentáveis, – quando comparadas às roupas de fast fashion – exigindo uma mudança na mentalidade do cliente. Campanhas de educação e consciencialização serão importantes para explicar porque é que é necessário comprar roupa segundo critérios diferentes, não focando principalmente em preços baratos.



Cidadãos como os principais agentes de mudança no VestuárioSelecione para ler  



Introdução:

O conceito de fast-fashion surgiu na década de 1990, com as grandes empresas de moda começaram a produzir roupas em massa. Em termos de direitos do trabalhador, esta indústria ainda está, em muitos casos, infringindo a lei, sendo a violação dos direitos humanos uma prática que ainda afeta muitos dos 75 milhões de trabalhadores da indústria têxtil.

Particularmente em países como Bangladesh, Indonésia, Sri Lanka e Filipinas, muitos casos de trabalho infantil e escravidão moderna ainda são relatados.
Além disso, muitos trabalhadores operários recebem abaixo do salário mínimo legal, são forçados a trabalhar longas horas em ambientes inseguros e não têm acesso a assistência médica ou a licença remunerada.
A indústria da moda também aproveitou o desenvolvimento de rotas comerciais mais rápidas e eficientes que facilitam as transações em todo o mundo. As cadeias de valor (value chains) tornaram-se cada vez mais complexas, com múltiplos intermediários, desde a produção até a venda. Assim, os consumidores têm acesso ilimitado a todos os tipos de roupas a qualquer momento (usando o comércio eletrónico), levando ao consumo excessivo, insustentável e antiético de roupas.

Impactos / Benefícios:

É necessária uma mudança global tanto em relação às condições dos trabalhadores da indústria da moda, como à informação e conhecimento que o público tem sobre essas condições e práticas.
Um consumo mais responsável, ou seja, mais informado e consciente do impacto social que a indústria da moda tem, pode desencadear processos de mudança nas condições de trabalho. A consciencialização de que os trabalhadores das fábricas têxteis são maioritariamente explorados, discriminados e maltratados deve promover comportamentos como não comprar novas peças de roupa de marcas que mantêm estas práticas.

A pressão do consumidor pode ser uma alavanca para estas mudanças. Por outro lado, da perspetiva das marcas, se houver um esforço para melhorar e adaptar as condições de trabalho, isso não só levará ao reconhecimento do seu esforço, o que trará benefícios económicos e de reputação, como levará também a um aumento nos preços, sendo estes mais realistas e justos. Cabe às empresas proporcionar estas mudanças e aos consumidores pressionar e então compreender o porquê de já não ser possível ter acesso ao volume de roupas e aos preços que existiam previamente.

Boas práticas:

Consumidores e empresas devem ser igualmente envolvidos na observação e implementação de boas práticas.
Os consumidores podem procurar marcas sustentáveis que trabalhem e apresentem cadeias de valor de forma transparente, ou seja, em que seja claramente comunicado onde e como são extraídas as matérias-primas e como é o seu processo de transformação.
Também podem procurar marcas que respeitem as certificações ambientais como a Fundação Fairtrade (cujo site, entre outras informações, também disponibiliza materiais de campanha para alertar sobre o tema) ou a Fundação Fair Wear  (cujo site também apresenta a estratégia da União Europeia para garantir os direitos humanos em têxteis sustentáveis).

Além disso, as empresas influenciam o comportamento dos seus clientes através das suas campanhas de comunicação, como fez a Patagonia, na Black Friday, com a sua campanha “Não compre este casaco“, que incentivava os seus clientes a não comprarem roupas naquele dia. Este tipo de campanha não só transmite ao público os compromissos e valores da marca, como também estimula o consumidor a ter um comportamento mais sustentável.

A Campanha Roupa Limpa é uma rede global ativa em 45 países que conecta pessoas de toda a indústria, organizações cívicas e sindicatos de direitos do trabalhador. Esta rede visa garantir que os direitos fundamentais dos trabalhadores sejam respeitados, educando e mobilizando os consumidores.

Desafios atuais e futuros:

De maneira geral, um dos principais entraves da indústria da moda é o respeito e a garantia de que a sua produção não seja realizada por mão de obra escrava ou quase escrava. As condições de trabalho nas fábricas e ao longo da cadeia de valor desta indústria devem ser monitoradas para garantir que os trabalhadores não permaneçam em situações precárias de trabalho. As empresas devem ser responsabilizadas pelas condições de trabalho que os seus trabalhadores (mesmo que subcontratados) têm no terreno e nas fábricas.
Por outro lado, o consumidor deve ser informado e ter acesso a informações sobre as políticas de trabalho da empresa de forma transparente e verdadeira. Da mesma forma, os consumidores podem e devem pressionar as empresas a modificar políticas, se for do conhecimento público que as mesmas não estão de acordo com os padrões. O grande desafio é ter acesso à informação e conseguir pressionar esta mudança comportamental de forma integrada e coletiva.

Organizações como a Fashion Revolution podem contribuir significativamente para a ação coletiva em escala global.



Sustentabilidade ambiental no VestuárioSelecione para ler  



Introdução:

Há um custo ambiental da moda e alguns números podem ajudar a entender o impacto que a moda tem sobre o meio ambiente: o equivalente a um camião de lixo cheio de roupas é queimado ou posto num aterro sanitário a cada segundo; aproximadamente 60% de todos os materiais utilizados pela indústria da moda são feitos de plástico; a indústria da moda é responsável por 8-10% das emissões de carbono da humanidade – mais do que todos os voos internacionais e transporte marítimo combinados.
Além disso, a indústria da moda contribui significativamente para a perda da biodiversidade. Estima-se que a plantação de algodão corresponde a cerca de 23% dos inseticidas usados globalmente e que 25% da poluição da água resulta do tingimento e tratamento dos tecidos. Da mesma forma, a indústria têxtil de vestuário é responsável por um consumo estimado de 93 bilhões de metros cúbicos por ano, o que é equivalente a 4% de toda a água doce disponível. Quando focado apenas na indústria do vestuário, o consumo de água ronda os 62 milhões de metros cúbicos por ano.
Isto significa que há uma necessidade urgente de diminuir a pegada ambiental da moda.

Impactos / Benefícios:

O impacto ambiental de um consumo mais responsável depende do tipo de ações e da sua escala de aplicação, mas reduzir o consumo ou reavaliar a necessidade de compra é o aspeto que apresenta resultados mais significativos, se for acompanhado por um abrandar da produção e por respeito pelo processamento da matéria-prima.
Um consumo mais responsável de roupas depende de várias estratégias: O uso mais frequente de roupas que já pertencem ao consumidor; O ato de emprestar, adotar, oferecer ou trocar roupas nos círculos sociais do consumidor; O prolongamento da vida do vestuário através de práticas de reparação ou transformação; Aprender a fazer as suas próprias roupas; As compras de segunda mão, nas quais os pequenos negócios ou negócios locais devem ser priorizados; A compra consciente de roupas de estilistas ou marcas onde é possível conhecer de perto a cadeia produtiva e as suas práticas.

Estudos também mostram que o contato com a natureza e as atividades relacionadas com o bem-estar de um indivíduo estão positivamente ligadas a uma reavaliação mais ponderada da necessidade de comprar e à redução do consumo.
A consciência política do indivíduo e a participação cívica em ações coletivas (participar em consultas públicas, aderir a movimentos ou a organizações que defendam a transparência e a sustentabilidade do setor, ou participar em eventos de consciencialização e capacitação sobre esses temas) têm mais impacto na mudança sistémica da indústria da moda do que apenas o comportamento do consumidor.

Boas práticas:

Como regra geral, deve-se considerar que, devido à falta de transparência nos processos e práticas ambientais, é muito difícil classificar uma marca de moda como um exemplo perfeito a ser seguido. No entanto, e de acordo com este enquadramento, algumas marcas merecem destaque por apresentarem aspetos que podem ser considerados como boas práticas, enquanto outras merecem destaque pela razão contrária:

●    A Fundação Ellen MacArthur desenvolveu o projeto “Redesenhar os Jeans” no qual, com o apoio de várias marcas e entidades, foi elaborado um manual que demonstra que é possível criar e produzir calças de ganga totalmente circulares (desde a escolha dos materiais, ao design da peça e a possibilidades de reaproveitamento da peça no fim do seu ciclo de vida)

●    A marca italiana Napapijri fabrica roupas e acessórios de inverno de forma diferente das marcas convencionais. Normalmente este tipo de roupa necessita de diferentes tipos de materiais para o isolamento e impermeabilidade; no entanto, esta marca conseguiu usar apenas um material (um tipo de polímero) para fazer toda a peça. O material é durável e facilmente reciclável, sobretudo porque não se mistura com outros materiais. A empresa também incentiva os seus clientes a reciclar casacos velhos e, assim, devolvê-los à marca em troca de um desconto a ser usado nos produtos da marca.

 

Desafios atuais e futuros:

A sustentabilidade domina cada vez mais as preocupações dos consumidores e, consequentemente, das marcas e empresas da indústria da moda.

Os consumidores querem ter acesso a mais informações sobre as políticas de sustentabilidade ambiental das marcas e empresas. Em resposta a esta crescente preocupação e exigência dos seus clientes, as empresas e marcas de moda têm reajustado a sua oferta e as suas narrativas seguindo uma lógica inevitavelmente económica, ao mesmo tempo que tentam implementar estratégias assentes na ecoeficiência para cumprir metas de lucro ou usar processos de extração e transformação que sejam menos prejudiciais para o meio ambiente.
O chamado "greenwashing", uma estratégia que usa comunicação enganosa para persuadir o público de que organizações, produtos ou serviços são ecologicamente corretos, surge facilmente e, embora a União Europeia tenha apresentado planos para fornecer aos consumidores ferramentas para distinguir práticas de greenwashing, o próprio sistema económico atual depende de um maior consumo, o que torna o greenwashing extremamente difícil de conter.

Mais referências:

Harvard Business Review, 2022.
“O mito da moda sustentável”

Agenda Global de Moda, 2021.
https://globalfashionagenda.org/fashion-on-climate/ 

Filme “The True Cost”
 



Primeiros passos para o consumo responsável no VestuárioSelecione para ler  



Introdução:

A moda sustentável costuma ter uma má reputação por ser cara e fora do alcance da maioria das pessoas. Porém, muitas pessoas esquecem-se que a atitude mais sustentável é consumir menos (pensar se precisa ou não comprar aquela peça de roupa) e consumir melhor (da forma mais consciente, crítica, solidária e sustentável possível). Seja intencional sobre cada item que traz para o seu guarda-roupa e para a sua vida.

A ideia é ‘podes fazer mais’, começando com a roupa que já se tem e se perguntando a nós próprios:

•   O que eu mais gosto nesta peça? (Tente criar um vínculo afetivo com cada peça).

•  Como prolongar a vida útil das peças que mais gosto? (Procure respeitar as regras de lavagem das roupas, as etiquetas de cuidados e reduza a lavagem sempre que possível).

•   Como me posso livrar das peças que já não me servem e/ou com as quais já não me identifico, mas ainda estão em boas condições? (Considere doação, troca em mercados dedicados ou transformar a peça para corresponder àquilo que gostaria que a peça fosse).

Ideias e recomendações, a fazer/a não fazer:

Somos o que fazemos e inspiramos os outros com nossos comportamentos.
Para o ajudar a tornar-se um consumidor mais consciente da moda, aqui estão alguns conselhos práticos que podem levá-lo a mudar os seus hábitos de consumo de moda:

'A FAZER'

•    Antes de comprar uma roupa nova, pense bem se ela é essencial. Examine as suas roupas para determinar que peças deve manter e que peças se pode descartar; isso evitará erros, aumentará seu orçamento e protegerá o planeta.

•    A roupa certa para o seu tipo de corpo faz com que as suas melhores características pareçam proporcionais e até com que se destaquem. Destacar os seus traços mais atraentes é crucial para se vestir bem, principalmente se quiser impressionar. Use roupas bem ajustadas que mostrem seus atributos únicos, acentuem suas melhores características, definam a sua figura e a deixem fabulosa.
•    Existem muitas maneiras simples de comprar roupa bonita. Pense fora da caixa para atualizar o seu guarda-roupa com peças fabulosas que o/a ajudem a ter a melhor aparência sem gastar muito.
•    Escolha tecidos naturais que possa usar em diferentes épocas do ano. Ajudará a reduzir o impacto ambiental da moda se comprar roupas feitas de materiais naturais e orgânicos que reduzem a poluição, o consumo de energia, o uso de água, a libertação de produtos químicos e as emissões de gases de efeito estufa.
•    Experimente diferentes combinações de roupas até encontrar a combinação perfeita para suas preferências e tipo de corpo. Roupas clássicas e intemporais não saem de moda facilmente e ajudam-no/a se vestir-se melhor.
 

'A NÃO FAZER'

•    Não compre roupas feitas de materiais baratos e de baixa qualidade. Estas roupas simplesmente irão desgastar-se mais rapidamente e não poderá usá-las com a frequência que gostaria. É muito melhor para o meio ambiente, o seu orçamento e o seu guarda-roupa se comprar principalmente roupas feitas de tecidos sustentáveis de alta qualidade.

•    Não compre roupas que não lhe sirvam perfeitamente. Se forem um tamanho muito grande ou muito pequeno, será uma compra desnecessária; caso contrário, corre o risco de perder estilo e elegância.
•    Não precisa de comprar roupas caras e luxuosas para ficar fabuloso/a. Resista à vontade de gastar todo o seu orçamento mensal em marcas de luxo; em vez disso, tente comprar roupas que estejam mais dentro da sua gama de preços.
•    Não caia na armadilha de pensar que tem de gastar muito dinheiro em roupas para ficar com bom-aspeto. Pode facilmente vestir-se bem e barato, mesmo que o seu orçamento seja limitado.
•    Não compre roupas que não combinem com o seu estilo de moda e que não tenham nada a ver consigo. Certifique-se de que compra apenas roupa da qual realmente gosta.





Área

Vestuário

Nível

Basico

Palavras-chave

Vestuário; Consumo responsável; Consciente; Sustentabilidade; Reutilização; Fast-fashion; Empoderar consumidores

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