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Consumo responsável na alimentaçãoSelecione para ler
Introdução:O consumo responsável é um modelo comportamental que analisa o impacto ambiental e de justiça social do consumo quotidiano e das escolhas de compra.
Desenvolvimento do tópico:Entre outras coisas, o consumo responsável diz respeito ao uso de um determinado produto durante todo o seu ciclo de vida. No que diz respeito à alimentação, o consumidor responsável é aquele que compra com consciência e visão crítica, ponderando o que realmente necessita e pode consumir, e procurando desperdiçar o mínimo possível de recursos e utilizá-los de forma eficaz.
Os consumidores responsáveis sabem que o consumo ou compra de um produto ou serviço tem sempre consequências mais ou menos ocultas. De facto, o sistema de produção de alimentos e as nossas escolhas de compra e consumo afetam não só a comunidade, a economia da nossa sociedade e o meio ambiente, como também a nós próprios. Boas práticas:Um dos pilares do consumo responsável aplicado aos alimentos é evitar o desperdício de alimentos. Existem várias aplicações que combatem o desperdício alimentar, ligando facilmente os consumidores a comerciantes e restauradores e permitindo-lhes vender produtos alimentares a um preço mais baixo antes que se estraguem e tenham de ser deitados fora ou até mesmo produtos com defeitos estéticos. Um aplicativo um pouco diferente dos anteriores é o UBO (Una Buona Occasione). Este aplicativo diminui o desperdício de alimentos ajudando o consumidor confuso e incerto no armazenamento adequado de alimentos: no UBO há 500 alimentos, notícias, dicas e conselhos sobre como, onde e por quanto tempo podemos armazenar os alimentos. Desafios atuais e futuros:Muitos fabricantes estão a priorizar a sustentabilidade no processo de produção e distribuição de produtos, adaptando-se à crescente preocupação dos consumidores com o tema. Um dos maiores desafios prende-se com as embalagens: nos supermercados, mas também nas lojas, estamos habituados à hiperplastificação de todas as embalagens. Algumas marcas começam a usar papel ou outros materiais mais sustentáveis, mas a melhor escolha é sem dúvida nenhuma embalagem, sempre que possível. O plástico, no entanto, é extremamente conveniente e ajuda a preservar muitos tipos de alimentos. Além do facto de que comprar a granel pode parecer particularmente inconveniente, principalmente no início.
Mais referências:https://www.economiecirculaire.org/static/h/responsible-consumption.html O peso da economia na alimentaçãoSelecione para ler
Introdução:A indústria alimentar e de bebidas é o maior setor da UE em termos de volume de negócios, valor acrescentado e emprego. É importante lembrar que:
Tudo isto implica que esta indústria tem um peso considerável na economia global e em cada país. Os consumidores devem estar cientes disso e do peso que as suas escolhas de compra e consumo têm na economia local, nacional e até global. Impactos / Benefícios:Ser um consumidor economicamente responsável significa ser crítico em relação aos seus gastos, mas também significa pensar que tipo de economia se quer financiar e agir de forma condizente com esse desejo. Boas práticas:Os Frades Capuchinhos de Espanha promoveram um projeto baseado na ideia de uma economia local, ética e respeitosa dos direitos humanos. O projeto chama-se Huerto Hermana Tierra e prevê a utilização de um grande jardim de dois hectares, abandonado há mais de 25 anos, para cultivo sustentável. Esta horta é também um espaço de formação e estágio em agricultura biológica para imigrantes e pessoas com dificuldades pessoais e sociais. A estas pessoas são garantidas condições económica e humanamente dignas e a aquisição de conhecimentos e competências que melhorem a sua empregabilidade. Desafios atuais e futuros:O maior desafio para uma economia responsável, local, ética e sustentável é, sem dúvida, o preço. Alimentos orgânicos e locais geralmente custam mais do que os produtos de multinacionais e grandes corporações. Estes últimos muitas vezes baixam os preços ao mesmo tempo que diminuem a qualidade dos produtos, não oferecem condições de trabalho economicamente e humanamente decentes e não cumprem certos padrões em termos de sustentabilidade do processo de produção do produto. Mais referências:
Cidadãos como principais agentes de mudança na AlimentaçãoSelecione para ler
Introdução:A linguagem do consumidor, através das suas ferramentas (publicidade, marketing, branding), é provavelmente a linguagem social não-verbal que mais utilizamos para comunicar: através dela, expressamo-nos a nós próprios, à nossa pertença a um grupo ou a uma comunidade. Este processo, portanto, reforça a nossa identidade, ao mesmo que tempo produz um sentimento de inadequação e frustração. A sociedade em que vivemos hoje é chamada de sociedade de consumo e é caracterizada pelos fenómenos do consumismo e do capitalismo. A base deste tipo de sociedade é a lógica do hedonismo, que significa a busca do prazer e não da necessidade. A busca do prazer por meio de bens materiais tornou-se, assim, um objetivo social partilhado. Este modelo de consumo, porém, está alimentando uma sociedade infeliz, insustentável e injusta. Impactos / Benefícios:É preciso pensar num novo modelo de consumo mais responsável que reduza a atual crise sistémica em todas as suas dimensões: social, cultural e ambiental. Neste sentido, a prática da cidadania ativa na aquisição de produtos e serviços é uma questão fundamental. É, por isso, crucial promover um maior nível de sensibilização dos consumidores. A proteção dos valores culturais da alimentação local é também um grande benefício do consumo responsável de alimentos, uma vez que contribui para a proteção dos saberes ancestrais sobre a gastronomia, produtos e espécies tradicionais. As comunidades rurais também beneficiam de um consumo responsável de alimentos, pois contribui para fixar a população aos territórios e manter vivas as pequenas cidades. Boas práticas:Um excelente exemplo de uma marca socialmente comprometida é a Brewgooder, fundada por Adam e James em 2016. A Brewgooder doa 100% dos seus lucros a instituições de caridade. A sua missão é garantir o acesso à água potável para o maior número possível de pessoas. Somente de 2016 a 2018, eles venderam 750.000 Clean Water Lagers, conseguindo doar quase 50.000 libras a instituições de caridade. Estas doações ajudaram a financiar vários projetos, graças aos quais 40.000 pessoas puderam ter um melhor acesso à água potável, envolvendo também escolas e hospitais. Nas suas cervejas, há códigos QR através dos quais se pode aprender sobre o impacto positivo que causou no mundo, através da compra destas cervejas e do financiamento deste projeto. Também se pode registar no site, criar um perfil e fazer parte desta comunidade de consumidores responsáveis e amantes da cerveja.
Outro exemplo é o Tony's Chocolonely. Teun van de Keuken fundou esta confeitaria holandesa em 2005. Van de Keuken era um jornalista investigativo que descobriu que a escravidão, especialmente a infantil, ainda era comum nas plantações de cacau na África Ocidental. Ele chamou a isso escravidão moderna e quer combatê-la dando um bom exemplo. Van de Keuken afirma que os seus ingredientes básicos de chocolate são cinco: Desafios atuais e futuros:O comportamento de consumo é um comportamento social e, como tal, é fortemente influenciado por instituições e valores. Deste modo, tentar mudar o padrão de consumo das pessoas para uma direção mais responsável sem mudar, ao mesmo tempo, as orientações de valores e a cultura partilhada é muito difícil. O desafio é, portanto, promover uma mudança social, cultural e institucional que sustente a difusão de um modelo de consumo socialmente responsável e constante ao longo do tempo. Esta mudança cultural deverá levar os cidadãos a serem mais ativos na sua responsabilidade para com a comunidade e menos individualistas. O novo modelo deve ser baseado num protótipo de homo civicus ao invés de homo economicus. Esta transformação da visão de mundo que até agora sustentou a organização das sociedades em que vivemos é profunda e exige muito comprometimento. Este sentido de comunidade, necessário para que os consumidores sejam socialmente responsáveis, deve ser transmitido desde a infância na escola, que é a primeira comunidade à qual o indivíduo pertence.
Mais referências:https://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=82&langId=en https://www.globalissues.org/article/238/effects-of-consumerism https://www.eatresponsibly.eu/en/i-learn/who-are-the-people-behind-my-food/ Sustentabilidade ambiental na alimentaçãoSelecione para ler
Introdução:Um consumo alimentar mais responsável é a ferramenta mais poderosa à nossa disposição para combater a pegada ambiental da indústria alimentar, cujos principais danos advêm de:
Sendo a indústria alimentar a indústria com maior pegada ambiental, o consumo responsável de alimentos é crucial para garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações. Impactos / Benefícios: A desflorestação e a destruição de habitats e ecossistemas naturais para ganhar mais terras para a agricultura põe em perigo muitas espécies selvagens e contribui para o aquecimento global. Chuvas fortes causam o deslocamento de fertilizantes artificiais, que são absorvidos por organismos e animais, e poluem o solo, a água e ecossistemas inteiros. Quase metade da produção agrícola é usada para alimentar animais de fazenda, tornando a produção de carne e laticínios a principal causa de desflorestação e perda de biodiversidade. Além disso, na pecuária intensiva, a enorme quantidade de esterco produzido não pode ser 'absorvida' pelo meio ambiente, resultando em altas emissões de gás metano.
Assim, o consumo responsável nesta área contribui de várias formas:
Boas práticas:A melhor forma de comer de forma sustentável e reduzir a pegada ambiental é tirar da natureza o que ela pode nos oferecer sem explorá-la. Este é o princípio por detrás do trabalho de James Wood, fundador da Totally Wild Food. Os colhedores da Totally Wild Food são especialistas nos ecossistemas nos quais trabalham e colhem apenas pequenas quantidades de alimentos silvestres que encontram para permitir que as plantas cresçam naturalmente. Isso permite comercializar ingredientes de alta qualidade sem explorar terras agrícolas e com pouquíssimos recursos. Além disso, James Wood e a sua equipa realizam cursos de culinária com foco em alimentos silvestres e como manuseá-los.
Desafios atuais e futuros:Para promover o consumo alimentar responsável, é necessário promover o consumo local. A maioria das pessoas, no entanto, faz as suas compras em supermercados. Embora no rótulo de tudo que compramos esteja escrito de onde vem, a leitura de rótulos ainda não é um hábito muito difundido. Os consumidores deparam-se com prateleiras cheias de produtos ao longo do ano. Por estas razões, nos supermercados o consumidor médio não sente o passar das estações e não se questiona sobre onde os produtos são produzidos e como são transportados.
Outro aspeto particularmente preocupante do consumo de alimentos é o consumo exagerado de carne. Como já vimos, a produção de carne é uma das que mais prejudica o meio ambiente, além do facto de que o consumo excessivo de carne, principalmente carne vermelha, é altamente desaconselhável por não ser particularmente saudável. Já existem muitas marcas que encontraram fórmulas eficazes para imitar a carne tanto nutricionalmente quanto em termos de sabor. Esses produtos podem ser boas alternativas para substituir a carne algumas vezes por semana, principalmente para pessoas que a consomem em excesso. Infelizmente, porém, eles ainda não são suficientemente conhecidos, não são acessíveis a todos e os amantes de carne são céticos quanto a tentar tal imitação. Mais referências:https://www.mapleridge.ca/1776/Food-Production#:~:text=Food%20waste%20produces%203.3%20billion,increase%2033%25%20to%2010%20billion.
Primeiros passos para um consumo responsável de alimentosSelecione para ler
Introdução:Já vimos como, por mais que pareça que as grandes indústrias detêm o controle do mercado, o consumidor deve ter em mente que a oferta depende da procura. O utilizador tem, portanto, certo poder e responsabilidade (perante o meio ambiente, a sua comunidade e todas as pessoas envolvidas nos processos de produção e consumo) que deve exercer de forma consciente e ética. Ideias e recomendações, a fazer/a não fazer:Os hábitos de consumo atuais ainda estão muito longe de serem sustentáveis, havendo ainda muito a mudar nas escolhas de consumo diário. Isto pode assustar os consumidores e desmotivá-los. É precisamente por isso que é essencial começar com pequenos passos e considerar que o que cada um de nós pode fazer e com quanto sacrifício. É impensável, por exemplo, viver de repente produzindo desperdício zero. Para alguns pode ser mais fácil focar na reciclagem e tentar produzir o mínimo possível de resíduos, para outros pode ser mais fácil consumir apenas produtos sazonais. Mudanças excessivamente grandes e repentinas de hábitos correm o risco de não serem duradouras e, portanto, não serem eficazes. É preciso encontrar o equilíbrio certo para se manter motivado a criar e manter novos hábitos de compra e consumo responsáveis e dar passos pequenos, mas firmes. Para começar a ser um consumidor mais responsável, o mais importante é a informação e pesquisa. O consumidor deve começar por descobrir quais são as marcas mais responsáveis (tanto éticas quanto sustentáveis) e quais as marcas a evitar. É fundamental pesquisar que tipo de produtos agridem o meio ambiente ou foram produzidos pela exploração dos trabalhadores, e quais não o foram, e também onde encontrar convenientemente produtos produzidos de forma responsável (lojas de orgânicos, mercados, etc.). Pode começar por aqui:
A FAZER
A NÃO FAZER
Seguindo estas indicações, irá melhorar os seus hábitos alimentares desenvolvendo um estilo de vida mais saudável. Mais referências:https://www.eatresponsibly.eu/en/ |
Alimentação
NívelBasico
Palavras-chaveConsumo responsável de alimentos – Alimentação saudável – Sustentabilidade – Consumo ético – Alimentação saudável - Alimentação sustentável - Desperdício alimentar